O Facebook está cada vez mais longe de tornar a Libra, a moeda digital que ele ajudou a desenvolver, em uma realidade. Depois de receber críticas de todos os lados, a iniciativa agora começa a perder o suporte de importantes parceiros financeiros. De acordo como The Wall Street Journal, tanto Visa quanto MasterCard e outros grupos estão reconsiderando a participação na rede de pagamentos.
Algumas das partes que querem se distanciar do projeto são integrantes da Libra Association, uma aliança com 27 membros liderada pelo Facebook e que teria como objetivo “empoderar bilhões de pessoas” desbancarizadas. Segundo fontes do periódico, vários dos players envolvidos ficaram relutantes após os vários feedbacks negativos emitidos por bancos e governos.
Desde que o Facebook anunciou a criptomoeda, que seria utilizada por meio de uma carteira digital da marca, chamada Calibra, autoridades, reguladores e outros especialistas em finanças reprovaram os planos iniciais e a possibilidade da Libra se tornar uma substituta para moedas tradicionais. Entre as maiores preocupações estão a potencial volatilidade, lavagem de dinheiro e direitos dos consumidores. E, claro, a proteção e a privacidade de dados, pois a rede social tem apresentado graves problemas nesses quesitos — vide o caso Cambridge Analytica.
Libra pode ser banida na Índia
Embora o Facebook venha amenizando as críticas e garantindo que a Libra não será um substituto de dinheiro, o caminho tem sido tortuoso até o possível lançamento em 2020. A deputada Maxine Waters, presidente do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Estados Unidos, destacou que a rede social “demonstrou repetidamente desconsiderar a proteção e o uso cuidadoso de dados”.
O governo da Índia, a terceira maior economia da Ásia, vem considerando a possibilidade de banir o comércio da criptomoeda, antes mesmo de sua estreia. Em julho, mais de 30 grupos, incluindo o Instituto de Política Econômica e o Grupo de Pesquisa de Interesses Públicos (PIRG, na sigla em inglês) dos Estados Unidos pediram ao Congresso e aos reguladores para impor uma moratória à Libra, até que “perguntas profundas” sejam respondidas.
A Visa se recusou a comentar. Representantes do Facebook e Mastercard também estão em silêncio sobre o assunto, pelo menos por enquanto.