Depois de permanecer meses calado, durante o período de silêncio pós-IPO, o presidente da maior rede social do mundo concedeu uma entrevista para o site TechCrunch, durante evento de tecnologia realizado em São Francisco (Estados Unidos).
Em pouco mais de meia hora, Mark Zuckerberg comentou diversos assuntos polêmicos que giram em torno do Facebook com bastante segurança e informalidade. O cofundador do site não hesitou ao dizer que o IPO da empresa foi decepcionante e que o foco da companhia no momento é o mundo da mobilidade.
“Nosso comprometimento é tornar o mundo mais aberto e conectado. Acredito que nos próximos três a cinco anos é que veremos o quão bom em mobilidade nós somos”, afirmou. “A mobilidade é fundamental para nós”, completou.
De olho no mercado, Zuckerberg disse que, apesar deste cenário ser rico em oportunidades financeiras, ele não pensa apenas no dinheiro. Para ele, “a construção da missão e a construção dos negócios andam de mãos dadas”.
No entanto, ele deu a entender que nem todos da equipe pensam assim. Segundo ele, antes do IPO as pessoas queriam se juntar a empresa, mas depois que as ações despencaram ficou mais difícil reter talentos. “As pessoas querem fazer dinheiro, mas elas precisam entender que o Facebook já teve altos e baixos anteriormente”, ressaltou.
Sobre os planos futuros, o jovem empresário garantiu que um smartphone doFacebook não está na lista das novidades. Zuckerberg disse que está muito claro para a companhia que um hardware não é estratégico. A ideia agora é se focar nos aplicativos nativos em plataformas já existentes como Android e iOS.
O CEO, aliás, se mostrou muito empolgado com a nova integração entre o sistema operacional da Apple e o Facebook, e lembrou que um dos maiores erros que cometeu na gestão da companhia foi apostar durante muitos anos no HTML5, quando deveria ter criado apps nativos anteriormente. “Até agora os nossos aplicativos ainda não são os melhores que podemos fazer, mas isso vai mudar”, destacou.
Zuckerberg ainda falou que deverá colocar em prática diversos recursos no Instagram, planejados junto com Kevin Systrom, fundador do app e antigo proprietário da plataforma, além de explorar o mundo de buscas. “Percebi que vai haver uma mudança na forma como buscamos. Teremos respostas objetivas para perguntas objetivas”, disse. “Em algum ponto entraremos neste mercado, pois isto é uma coisa óbvia para gente e que gostaríamos de fazer no futuro. Já temos uma equipe trabalhando nisso”, completou.
Por fim, o jovem foi questionado se ainda se divertia com o Facebook e ele fez questão de dizer que a rede social não é uma diversão e sim uma missão. “Existem ciclos em que as pessoas superestimam o Facebook. Eu prefiro quando estamos sendo subestimados, assim podemos surpreender”, brincou. “Atualmente tem um monte de gente subestimando o Facebook”, concluiu.