Um juiz de San Jose, na Califórnia (EUA), decidiu que não há problemas no esquema de rastreamento estabelecido entre o Facebook e sites que contem com sistemas de compartilhamento da rede social — como o botão de “curtir”.
O Facebook era acusado de violação de privacidade por usar essas plataformas para acompanhar os passos dos internautas mesmo quando eles estivessem desconectados da rede social.
Esse entendimento surgiu porque, quando um internauta visita qualquer página contendo um botão do Facebook, o navegador envia informações tanto para o servidor em que aquela página está localizada quanto para o Facebook.
Na visão do juiz Edward Davila, responsável pelo caso, a situação não configura infração porque o próprio internauta é quem deveria cuidar da sua privacidade online. “A intrusão do Facebook poderia ter sido bloqueada, mas os demandantes escolheram por não fazê-lo”, afirmou ele na sentença, conforme reportado pelo The Guardian.
Davila exemplificou: para não ter seus rastros interceptados pelo Facebook, basta que o internauta use algo como a função de navegação privada presente em softwares como Chrome.
“O fato de que o navegador de um usuário automaticamente envia a mesma informação às duas partes não estabelece que uma parte tenha interceptado a comunicação com a outra”, completou o juiz.
A história vem se desenrolando há cinco anos, sendo que em outubro de 2015 o mesmo Davila já tinha dispensado uma outra versão do caso.
Sabe-se desde 2011 que os botões do Facebook guardam informações sobre internautas o tempo todo. Na época em que a situação foi divulgada, a rede social informou que fazia o acompanhamento por segurança, pois isso permitia impedir que estranhos acessassem a conta daquela pessoa.
Só que, em 2014, o Facebook de fato passou a usar esse rastreamento para mostrar publicidade direcionada: internautas que visitassem um site de turismo, por exemplo, veriam anúncios da viagem pesquisada dentro da rede social. Para evitar problemas, a empresa introduziu junto uma opção que dá ao usuário a possibilidade de não ser impactado por essas propagandas.
Fonte: Olhardigital