Nesta terça-feira (16), o líder da equipe da rede blockchain do Facebook, David Marcus, reuniu-se com o Congresso dos Estados Unidos. A audiência permitiu que os senadores tirassem dúvidas sobre a implementação da moeda digital que a rede social pretende lançar em 2020, a Libra.
Principais pontos da audiência
O evento foi considerado preciso e bastante esclarecedor pelo TechCrunch, embora Marcus não tenha respondido a todas as perguntas com exatidão. Ao menos os senadores fizeram questionamentos claros e objetivos, mostrando uma boa base de conhecimento sobre como a plataforma da Libra poderá funcionar.
O evento girou em torno de alguns pontos principais. Veja quais foram.
Vulnerabilidade do Facebook
O senador Sherrod Brown afirmou que “o Facebook é perigoso”. Outros políticos compactuaram com a ideia de que, se a rede social já enfrentou vários casos com falhas relacionadas a privacidade e segurança de dados, colocar uma moeda digital em operação não parece sensato.
Marcus explicou que o senado não precisava acreditar somente no Facebook, já que outras 27 empresas fazem parte do projeto inicial da Libra. Também não há nenhuma intenção de monetizar os dados dos usuários; e, caso sejam incorporados serviços financeiros entre companhias parceiras, os clientes serão solicitados a compartilhar seus dados.
Ameaça terrorista e lavagem de dinheiro
Alguns senadores afirmaram que a plataforma poderá ser utilizada por grupos terroristas para lavagem de dinheiro, como já acontece com outras carteiras virtuais. Marcus explicou que somente será possível usar a Calibra com a confirmação da identidade.
Desenvolvedores desonestos
O vice-presidente de produtos do Facebook, Kevin Weil, disse ao TechCrunch que a Associação Libra não tem uma política para lidar com desenvolvedores potencialmente desonestos, o que pode representar um risco à plataforma, já que esse ponto não foi esclarecido.
Garantia contra fraudes
A senadora Kyrsten Sinema levantou a possibilidade de um cidadão estadunidense ser vítima de um golpe através de uma exchange e perder as Libras guardadas em uma carteira em outro país, questionando se haveria a garantia de reaver as moedas.
Marcus alegou que cidadãos dos EUA provavelmente usarão carteiras americanas e que a Associação de Libra cuidará para educar seus usuários a evitar fraudes, mas parece que a senadora não ficou muito convencida da resposta.
Outros argumentos
Para convencer o Congresso, Marcus afirmou que a tecnologia blockchain será indispensável em um futuro próximo e que se os EUA não liderarem sua implementação e regulamentação esse controle será feito fora do alcance do governo local, fazendo uma possível alusão à China.